sábado, fevereiro 01, 2003

Solidão: não se trata de definir, mas de expressar, de evidenciar seus elementos para poder com-viver melhor com si mesmo.Creio que o principal problema esteja em deixar de perceber as expectativas, mínimas ou máximas que de dx em dx, permanecem ancoradas em nosso interior, assim como o telefone que não toca, a mensagem que não chega, a bondade que não se expressa, o respeito e a consideração humanos mínimos necessários. Daí a perceber que as respostas não vêm porque a morte é histórica e não física, razão dos BBB da vida onde vale estar dentro, como estar fora.
O mal-estar que se desprende de cada segundo, de cada minuto, o cerrar dos olhos e da boca à tudo que se passa ao redor, porque o redor é mínimo.
A solidão é corporal também, na medida em que ele é alcançado por regimes e pulsa-ações estranhas, sem conhecimento prévio. A solidão não bate à porta, ela entra sem avisar e se instala, questionando a capacidade de cada um de re-agir.
Mas em sendo de natureza suave ela nos permite caminhar à frente, tentar novas estratégias, tentar novos rumos, mesmo que o destino seja um só.
A solidão é inimiga da repetição, ela obrigar a elaborar, a sair do lugar e tentar perceber saídas simples e eficientes de si mesmo, sem ser em direção de outro(s), como diz Lacan, Plus encore...
A respiração indica um começo de prosseguimento, um hausto de ar nas velas de uma nave em um mar sem correntes...